domingo, 2 de setembro de 2012

Haiku


Não... não, o BeOS não morreu. Ele se transformou!

E para melhor, na forma do Haiku. Agora em 64 bits. Ok, sei que muitos não conhecem o BeOS e, muito menos, sua nova personalidade ― o Haiku. Então senta que lá vem história.

O BeOS apareceu em 1991 para concorrer com o Mac OS e o Microsoft Windows mas baseado em uma interface gráfica derivada do X consortium e com implementação de multiprocessamento simétrico, capacidade de I/O modular, multithread pervasiva, multitarefa preemptiva e um sistema de arquivo de 64 bits. Tudo isso num tempo que ainda não havia Linux.

Foi um sistema tão bem feito que a Apple cogitou comprar a Be Inc. mas não se acertaram no preço e ela resolveu adquirir a NextStep e trazer o Jobs de volta. O mais interessante é que o Unix da AT&T feito para rodar no Hobbit acabou sendo portado para a arquitetura CISC com o nome de BeOS e chegou a fazer sucesso como desktop para x86. Foi comprada pela Palm Inc. para se converter no PalmOS Cobalt que não decolou e a última versão open foi a alpha 3.

Como era um sistema aberto, alguns grupos retomaram de onde haviam parado e criaram o projeto Haiku [1]. O sistema é simples, fácil de usar e de bastante bom gosto. Além de ser bem poderoso e voltado para multimídia.

Ultimamente, depois do summer of code 2012, o sistema operacional na versão de 64 bits está pronto. Muitos aplicativos ainda têm que ser compilados para esta arquitetura mas o sistema básico já está pronto. Alguns bugs ainda devem ser resolvidos, principalmente o work around com opção -mno-red-zone do GCC para contornar as especificações da ABI do AMD64. Mas parece que já estão trabalhando no problema e logo estará resolvido.

O trabalho maior será portar aplicativos e drivers para 64 bits mas é uma questão de tempo. A instalação no Virtualbox ainda ficou bem "capenga" mas consegui rodar sem maiores problemas. O visual é muito bonito e tem um toque dos antigos MACINTOSH. Para que gosta de experimentar sistemas operacionais, vale a pena baixar e brincar com ele.

Aí está um sistema que pode amadurecer rápido e chegar para ficar no campo dos desktops, hoje um tanto abandonados pelos tablets e smartphones.

[1] https://www.haiku-os.org/about