quarta-feira, 12 de junho de 2013

Linux Kernel 3.10




Existem mudanças e mudanças em um kernel de sistema operacional. Algumas dizem respeito ao suporte de novos dispositivos e decorrente inclusão de novos drivers na "árvore" dos fontes do SO. Outras são mudanças mais radicais ou inovadoras. Pois bem, o kernel 3.10 do Linux vem com uma série delas.

Na área de redes, além dos novos drivers de dispositivos de suporte a Ethernet, Wifi, Bluetooth etc. existem, também, algumas novidades. Talvez a mais importante delas seja na parte de infraestrutura de rede do novo kernel que possibilita a implementação do algoritmo TLP (Tail Loss Probe). Este algoritmo torna mais eficiente a maneira como o protocolo TCP lida com perda de pacotes e melhora, sensivelmente, a velocidade de transferência de dados no protocolo HTTP. Este suporte ainda é experimental e é resultado de trabalho da equipe de desenvolvedores da empresa Google.

Segundo os testes, o TLP pode melhorar o tempo de resposta do HTTP em até 15%, aumentando a velocidade de transmissão de dados em 6%, em média. Os detalhes podem ser encontrados no commit comments e no internet draft on TLP.

O protocolo batman-adv  (Open Mesh) pode habilitar mesh relay facilitando a comunicação entre sistemas diferentes em uma simples transmissão.

A comunicação interprocessos (IPC) entre o kernel e o user space e entre processos  do Unix domain sockets (AF_NETLINK) também foi inovada com a implementação de suporte a Memory Mapped I/O (MMIO), eliminando a necessidade de cópia de dados transferidos e resultando numa diminuição do overhead com ganhos significativos de velocidade do processo.

Mas não se perde por esperar, pois aí vem novidades também na área de sistemas de arquivos. Entre elas as alterações que estavam programadas para o F2FS devem vir com grandes mudanças ( F2FS File-System Gets Major Changes In Linux 3.10). BtrFS e XFS também devem passar por algumas mudanças, bem como as melhorias na otimização da criptografia para o subsistema criptografado de arquivos.


Além de tudo isso,  melhorias  no suporte ao propcessador ARM, inclusive melhor suporte aos processadores ARM de 64-bit, o que é uma grande notícia para os amantes dos novos minis (Raspberry Pi, BeagleBone, Udoo, Odroid etc.).

Mas não é tudo, ainda teremos muitas novidades nos drivers de som e de vídeo, além do suporte a novos dispositivos de hardware e formatos de multimídia.

Vamos esperar ansiosamente pela versão estável do kernel 3.10  que será uma grande mudança. Happy hacking!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pidora




A empresa canadense Seneca Centre for Development of Open Technology (CDOT) lançou, recentemente, a versão Pi da distro Fedora do Linux chamda Pidora. O SO é otimizado para rodar no Raspberry Pi como um build do Fedora 18 para a arquitetura ARM.

A diferença entre o Pidora e o Fedora ARM project da Red Hat é que este último é compilado para o ARMv5 e roda com ou sem Floating Point Unity (FPU) e o Pidora já é compilado para o ARMv6/ARMv7 e requer a presença da FPU.

O Pidora tem quase todos os pacotes do Fedora 18 (via yum), sendo a maioria obtidos diretamente do repositório Fedora/RH e compilados para tirar o melhor proveito do hardware do Raspberry Pi.



A instalação é relativamente fácil. Basta fazer o "dd" da imagem para o cartão SD e iniciar o Raspberry Pi. O instalador é gráfico com módulos específicos para o hardware e a imagem inicial é bem compacta que depois é redimensionada para usar toda a capacidade de memória do cartão. A área de swap é criada automaticamente. Existe a possibilidade de uso sem monitor e teclado e a informação sobre o endereço IP pode ser obtido via saída de áudio ou via LEDs de luzes.

Para instalar, baixe a imagem em pidora.ca e descompacte o arquivo. Use o aplicativo "dd":

dd if=<nome_arquivo_imagem.img> of=/dev/<nome_dispositivo>

ou veja as instruções de instalação no próprio site do Pidora.

O SO já vem com as linguagens de programação: C, Perl e Python, além dos editores tradicionais do Linux (nano e vi) e o Midnight Commander instalados.

De maneira geral, o SO está bem estável, a versão gráfica tem poucas opções de resolução mas é, em geral, suficiente para a maioria dos monitores. O uso com teclado+mouse numa USB só e mais dispositivo de wireless (que pode ser configurado) requer uma fonte estável de mais de 1.5 A (±200 mA).


domingo, 19 de maio de 2013

Blackberry 10 OS




Em tempos de "berry", tais como Raspberry, Blueberry, Strawberry etc. o Blackberry tem uma posição especial. Ok, ele não é concorrente do Raspberry, no sentido de que ele é software e pode até rodar sobre o Raspberry... pode? Quem se habilita?

Mas o assunto é a nova versão do SO para smartphones. O Blackberry nasceu para isto, foi feito para isto e continua sendo um SO muito mais apropriado para isto. Mas ficou estagnado por muito tempo e só recentemente saiu a nova versão. E agora, como irá se comportar em um mercado dominado por Android e iOS?

Não se iluda tão facilmente assim. Primeiro, é muito mais rápido e tem um design voltado para a maior usabilidade. Não apenas a usabilidade de outros SOs para Smartphones, mas uma usabilidade mais voltada para o uso com apenas uma das mãos.

Acionar o fone é fácil, direto na barra inferior e traz o discador direta e instantaneamente, com acesso a histórico de números e agenda. O ícone de busca (a lupa) perfaz uma busca universal por assuntos, agenda, aplicativos, contatos, mensagens etc. mas, embora pareça muito confuso pode ser filtrado facilmente.

 O teclado QWERTY é bem bom, senão melhor que o do Android e iOS. Ele possui várias respostas a movimentos, como apagar com o dedo o que foi escrito  e outras funcionalidades bem legais. Escrever nele com uma só das mãos é bem mais fácil que em outros teclados de outros gadgets.

O reconhecimento de voz é muito bom  e existe um comando de voz "alla" Siri que funciona muito bem.

Mas, vamos ver quando teremos aparelhos com o "Barry 10" por aqui no Brasil onde Android e iOS têm dominado o mercado...

Aguardemos.

Veja mais sobre o assunto em http://www.engadget.com/2013/01/30/blackberry-os-10-review/

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Mais mint




Já faz tempo que publiquei sobre o Linux Mint e acho que está na hora de atualizar algumas novidades sobre ele. As duas versões (MATE e Mint) foram atualizadas recentemente e o Linux Mint DEbian (LMDE) traz muitas novidades do sistema que vem disputando com o Ubuntu sua posição entre as distribuições Linux.

A nova distribuição é a LMDE 201303 (MATE 1.4 e Cinnamon 1.6) com uma instalação gráfica remodelada e muitas outras melhorias. Outra novidade é o gerenciador de drivers de dispositivos que foi aperfeiçoado.

O LMDE pode ser encontrado nas versões para 32 e 64 bits, com a funcionalidade de live-CD para uso direto do CDROM ou do pendrive. A característica principal do LMDE é a sua total compatibilidade com o Debian, podendo usar 100% dos repositórios diretamente.

É sempre bom lembrar que, conforme aviso dos distribuidores do Mint, o LMDE não é compatível com o Ubuntu e seus repositórios. Além disso, também apresenta problemas.

O mais crítico deles é o driver ATI que precisa ser reinstalado para funcionar (veja como aqui). O outro problema é a necessidade de uma BIOS tradicional, o que quer dizer que não funciona com UEFI (pelo menos não sem algumas mutretas jedi). Ainda é bom ressaltar a falta de suporte a SMP no kernel de 32 bits, mas que espero seja corrigido logo.

Importante notar que se trata de uma versão baseada em uma Debian Testing, o que significa que deve-se estar atento aos problemas do próprio Debian.

Mesmo assim, uma grande distro e é claro que vale a pena experimentar... um sabor menta!

Happy hacking