sábado, 12 de maio de 2012

Dragonfly BSD


... kernel virtual e Hammer (um poderoso martelo de Thor)

O Dragonfly é um sistema operacional (SO) Unix baseado no kernel BSD tal como o FreeBSD, NetBSD e OpenBSD. A última versão é a 3.0.2 Release 2012Q1. Esta versão vem com muitas novidades no suporte a hardware com multiprocessadores, melhoria no sistema virtual de arquivo HAMMER VFS (agora com time domain multiplexing method) que permite melhor performance e balanceamento durante longas operações de armazenamento. Ainda há suporte a encriptação de disco e mais de 10.000 pacotes de software pré-compilados e fontes para ser compilados na árvore pkgsrc.

A instalação é tranquila e não apresenta muitos problemas. Não é uma instalação gráfica mas não apresenta problemas mesmo para quem o instala pela primeira vez. Naturalmente, o conhecimento de sistemas Unix facilita bastante as coisas. O Dragonfly é um sistema como todo BSD, ou seja, um sistema para servidores. O uso do BSD em desktop é mais tranquilo com o PCBSD. Mas se gostas de escovar bits... este aqui é o cara!

Depois de instalado tu tens um sistema Unix nú e crú... É preciso então passar ao refinamento de configurações e, isto significa editar alguns arquivos do diretório /etc (o rc.conf, por exemplo) uma vez que nem mesmo o mouse está configurado. É bem possível que o usuário prefira seguir os passos do manual [1].

Em primeiro lugar é preciso criar o sistema "pkgsrc" que é igual ao do NetBSD e equivalente ao "ports" do FreeBSD. Para isso, faça o login como root e

# cd /usr
# make pkgsrc-create

E pausa para um café... O problema com estes repositórios é o controle de banda imposto pelos servidores. Pow caras, se querem que o sistema decole, é preciso agilitar o processo de download de pacotes de software, como acontece com muitos repositórios de Linux.

Feito isto verifique a documentação [2], para se certificar de que o sistema está pronto para compilar e instalar software. A partir daí, tudo depende do tipo de servidor que o usuário está configurando. E, se for usar o X este terá que ser baixado como binário ou compilado e instalado manualmente. O mesmo acontece para o Gnome, KDE ou qualquer outro gerenciador de janelas preferido [3].

Como todo BSD, o kernel é um canivete suíço. A configuração do sistema pode ser finamente controlada pelos arquivos de configuração e configuração do próprio kernel [4] o que torna o Dragonfly um respeitável membro da família BSD.

Virtual kernel...

Uma funcionalidade que achei muito boa no Dragonfly é a possibilidade de testar o kernel sem ter que ficar dando boot na máquina. Uma verdadeiramente "elegante solução para depurar o kernel e seus componentes" [5].

O kernel é carregado no nível da camada de software (userland) e pode ser testado e depurado sem interferir no kernel real. A capacidade de carregar o kernel no "userland" permite rodar um sistema virtual descartando a necessidade de constantes reboots entre as compilações.



Referências:

[1] http://www.dragonflybsd.org/docs/newhandbook/

[2] http://www.dragonflybsd.org/docs/howtos/HowToPkgsrc/

[3] http://www.dragonflybsd.org/docs/newhandbook/X/

[4] http://www.dragonflybsd.org/docs/newhandbook/Configuration/

[5] http://www.dragonflybsd.org/docs/newhandbook/vkernel/

Um comentário:

  1. Explicando, faltou dizer que são apenas 4 releases por ano (da mesma versão) e são assinalados por "quarters", por exemplo: 2011Q1, 2011Q2, 2011Q3 e 2011Q4.

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